Em Terras Brazilis – Claras Eminências Pardas

Eminência parda ou éminence grise, segundo a Wikipedia  referia-se originalmente a François Leclerc du Tremblay, o “braço direito” do cardeal Richelieu (político francês, que foi primeiro-ministro de Luís XIII de 1628 a 1642; foi arquiteto do absolutismo na França e da liderança francesa na Europa).

Leclerc era um frade capuchinho que ficou famoso por seus trajes bege (a cor bege foi denominada “parda” na época). O título de “Sua Eminência” é usado para tratar ou referenciar um cardeal da Igreja Católica Romana.

(fonte: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Eminência_parda)

Em outras palavras é um poderoso assessor ou conselheiro que atua “nos bastidores” ou na qualidade não-pública ou não-oficial.

Em política, eminência parda é o nome que se dá quando determinado sujeito não é o governante de um determinado reino ou país mas é o verdadeiro poderoso, agindo muitas vezes por trás do soberano legítimo, o qual se assemelha à uma marionete, e pode muito bem ser deposto pela eminência parda caso este não o agrade. A eminência parda ainda pode utilizar qualquer tipo de influência para exercer o seu poder, seja ela militar, econômica, religiosa e/ou política.

Dizem que na história brasileira essa figura tem lugar comum, como por exemplo José Bonifácio no primeiro império, Orlando Geisel que foi Ministro no Governo Médice e alçou seu irmão Ernesto Geisel à Presidência. Na história mais recente temos José Dirceu no Governo Lula e o próprio Lula no Governo Dilma, que no momento mais crítico, quase no crepúsculo do seu governo “A Presidenta” quis nomea-lo Superministro.

Temos também em nossa história uma Eminência Parda não personificada: o PMDB, partido brasileiro que teve papel importante na redemocratização do país, e está presente no poder desde a primeira eleição pós regime militar. Sempre esteve presente no cenário governista ocupando posições de Vice-Presidência e principais ministérios, foram 66 ministros do primeiro escalão, sem contar a ascensão à própria Presidência da República com Sarney, Itamar (mesmo que na posse não estivesse filiado ao PMDB, tinha sido do partido anos antes e voltou em 1998 ) e Temer.

Os Presidentes que se opuseram ao PMDB tiveram graves dificuldades para governar e até sofreram processos de impedimento, e a mesma coisa com políticos filiados que descordaram de suas lideranças.

Tantos anos no poder permitiu que o partido fosse um dos principais atores, senão o mais consistente no “aparelhamento” do Estado Brasileiro e como consequência um efeito desastroso na “máquina governamental” e suas empresas estatais. Como exemplo temos a quantidade de “caciques” do partido sendo indiciados em inúmeras investigações.

Muito disto é motivado pela falta da alternância política e uma clara lacuna no cenário político atual. Necessitamos de uma reforma política urgente  e uma renovação dos nossos representantes.

Não podemos nos conformar com “essas coisas Brazilis”!

Um abraço!

Século 21 Medieval e o Mundo com fome de humanidade e alimentos !!!!

Um escritor francês, especialista em idade média, escreveu próximo da virada do milênio um livro muito interessante chamado ” Ano 1000, Ano 2000 na pista dos nossos medos” … estou falando de Georges Duby (1919-1996), historiador francês medievalista. Essa obra faz um comparativo da população que vivia na Europa Medieval do ano 1000, seus medos e questionamentos e compara com a população do ano 2000. O que impressiona é que tais medos e questionamentos são muito próximos aos atuais o que nos leva a pensar que apesar da evolução tecnológica  evoluímos muito pouco como seres humanos no decorrer destes últimos 1000 e poucos anos.

Por volta do ano 1000 imperavam alguns medos: Do Outro, Da Epidemia, Da Violência e do Além, os quais eram pilares para construção das estruturas sociais, religiosas e políticas.

O que vemos na atualidade são guerras, atentados – Turquia, Alemanha, Suíça, França, recentemente Inglaterra – e o surgimento de partidos e políticos Nacionalistas que demonstram  um claro desdém pelo igualitarismo com apoio a uma forte ou completa estratificação social, talvez balizados de certa forma, pelos Medos Medievais mencionados anteriormente e tão presentes na atualidade.

Estes partidos e políticos Nacionalistas se espalham pelo mundo todo, temos nos EUA Donald Trump, Na França Marine Le Pen, na Alemanha Martin Schulz, e até no Brasil Jair Bolsonaro entre outros em diferentes países. Aqui no Brasil temos que ficar vigilantes com essa tendência.

Enquanto isto o mundo segue com desafios futuros, como por exemplo, a produção e distribuição de alimentos que segundo a ONU, necessitamos ampliar a produção mundial em 60% até o ano 2050, sendo que a distribuição talvez seja o maior desafio.

Atualmente vemos muitos países com inclinações Neonacionalistas e concomitantemente com tendência à xenofobia, direcionando as sociedades ao isolamento, o que de certa forma seria um caminho contrário à busca de processos sinérgicos e colaborativos para obtenção da eficiência na produção e distribuição de alimentos, ou mesmo tecnologias catalisadoras para este processo.

Precisamos refletir que “no final do dia” somos neste planeta uma mesma espécie, podemos ter diferenciações culturais e religiosas, porém somos feitos “do mesmo material” o que nos classifica em uma mesma tribo: “seres humanos”.

Apesar de todos os problemas enfrentados pelo Brasil e do evidente atraso em muitas áreas, temos um exemplo positivo à ser seguido pelo mundo, somos um país de várias culturas e povos, convivendo em “um sincretismo” quase que perfeito.

Somando o melhor de cada um dos países poderemos formar uma aldeia global capaz de perenizar nossa espécie neste Orbe tão sofrido.

Pode parecer utopia porém precisamos começar por algum lugar, mesmo que seja em um texto singelo como este.