O Brasil de 2018 e o remédio amargo

Ao se aproximar as comemorações Natalinas e de Ano Novo, fazemos reflexões sobre o ano, pensamos no ano vindouro, lembramos de celebrações passadas. Nesse ano particularmente, estava recordando da minha infância, com minha avó e meus tios; minha avózinha preparava uns quitutes que só de lembrar já começo a salivar, e sempre tinha aquele tio com as mesmas histórias, uma tia com lamentações com hora marcada para começar, um outro familiar guloso que passava mau pelo pecado da gula, e quando isso ocorria lá ia correndo minha avó para o quintal pegar umas folhas de um tal “hortelã amargo”, fazia um chá e em uns 30 minutos depois este “pecador” estava buscando mais um pouquinho daquela ambrosia, que era divina ! E olha que o tal do hortelã era amargo de “doer”, uma vez tive que tomar… ( e o pecador em questão não era eu!)

Recentemente descobri que o tal ” hortelã amargo ” chama-se Marrubium vulgare , é uma espécie de planta com flor pertencente à família Lamiaceae e é conhecido como Marroio Branco. …trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental, no Arquipélago dos Açores e no Arquipélago da Madeira. Em termos de naturalidade é nativa de Portugal Continental e Arquipélago da Madeira e introduzida no arquipélago dos Açores. ( wikipedia ) , daí o fato da minha vó ter a danada no quintal, ela dizia que quanto mais amargo o remédio melhor. Especificamente promove a cura do fígado, rins, bexiga, combate a gripe e melhora o processo digestivo, segundo alguns pesquisadores.

E falando em reflexões para o ano vindouro, em 2018 teremos a escolha do próximo presidente para o Brasil, e diante das indefinições de candidatos e da própria incerteza em quem votar, por termos de certa forma perdido a referência e a confiança em nossos partidos e em seus políticos; após todo o processo da inacabada Lava-Jato e outras investigacões de corrupção em diferentes localidades do país e nas esferas federal, estadual e municipal será muito fácil aparecerem vários “salvadores da pátria” com propostas sedutoras; porém existem temas que para serem implementados necessitarão alterar benefícios e até regalias de alguns setores da sociedade , como a reforma na Previdência, a reforma Tributária, a reforma Política entre outras , que precisarão serem endereçadas pelo próximo governo, mesmos sendo indigestas. Por isso no próximo ano ao invés de escolher um “Sassá Mutema (Salvador da Pátria)” temos que observar quem terá o remédio amargo como programa de governo, pelo menos já tratamos o fígado e o sistema disgestivo do país. Boas Festas e Um Feliz 2018 a todos !

Vuco-Vuco do mundo V.U.C.A.

No meio do “vuco-vuco”de mais três anos de crise de política, de incertezas constantes da economia brasileira e mundial, eis que deparei-me com um conceito de um tal de mundo  VUCA, e aos poucos quando vinham me trazendo os significados daquelas iniciais (em Inglês)  V de Volátil, U de Incerto, C de Caótico e A Antagônico com a promessa que a vida nunca mais seria a mesma e que eu deveria jogar fora todas os conceitos de planejamento estratégicos e previsibilidade….e o inferno de Dante se tornou um  jardim de infância, então nesse momento….o Brasil e o mundo fizeram sentido para mim….

Logo lembrei de um livro que havia lido anos antes, por volta de  2001 , A Meta,  escrito por Eliyahu M. Goldratt e Jeff Cox, baseado na Teoria do Caos…

Sem querer ser muito técnico, pois hoje em dia com o Google, qualquer um pode fazer uma rapidinha (pesquisa rápida na Wikipédia…):

“A Teoria do caos trata de sistemas complexos e dinâmicos rigorosamente deterministas, mas que apresentam um fenômeno fundamental de instabilidade chamado sensibilidade às condições iniciais que, modulando uma propriedade suplementar de recorrência, torna-os não previsíveis na prática a longo prazo.

Em sistemas dinâmicos complexos, determinados resultados podem ser “instáveis” no que diz respeito à evolução temporal como função de seus parâmetros e variáveis.

Isso significa que certos resultados determinados são causados pela ação e a iteração de elementos de forma praticamente aleatória. Para entender o que isso significa, basta pegar um exemplo na natureza, onde esses sistemas são comuns. A formação de uma nuvem no céu, por exemplo, pode ser desencadeada e se desenvolver com base em centenas de fatores que podem ser o calor, o frio, a evaporação da água, os ventos, o clima, condições do Sol, os eventos sobre a superfície e inúmeros outros…”

Em outras palavras, mesmo o Caos possui padrões que se alteram e nos cabe saber como conduzir estas alterações e adapta-las, tornando as novas  realidades cenários plausíveis e administráveis.

Talvez este tal de mundo VUCA não seja assim tão novidade, talvez tenha estado presente em toda nossa história sendo um grande elemento catalizador de nossas transformações. O  que pode sim estar ocorrendo é que a ‘instabilidade dos sistemas dinâmicos…” tenham se tornado mais frequentes, ou em outras palavras, as transformações estejam  mais rápidas, por questões tecnológicas , acesso a informação ou outra razão desconhecida pela nossa vã filosofia…..não sei bem dizer, porém o que devemos saber que nossa vocação é sermos “Adminitradores do Vuco-Vuco”……pois este é o padrão no universo e não a calmaria como a nossa desídia gostaria.

Em Terras Brazilis – Claras Eminências Pardas

Eminência parda ou éminence grise, segundo a Wikipedia  referia-se originalmente a François Leclerc du Tremblay, o “braço direito” do cardeal Richelieu (político francês, que foi primeiro-ministro de Luís XIII de 1628 a 1642; foi arquiteto do absolutismo na França e da liderança francesa na Europa).

Leclerc era um frade capuchinho que ficou famoso por seus trajes bege (a cor bege foi denominada “parda” na época). O título de “Sua Eminência” é usado para tratar ou referenciar um cardeal da Igreja Católica Romana.

(fonte: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Eminência_parda)

Em outras palavras é um poderoso assessor ou conselheiro que atua “nos bastidores” ou na qualidade não-pública ou não-oficial.

Em política, eminência parda é o nome que se dá quando determinado sujeito não é o governante de um determinado reino ou país mas é o verdadeiro poderoso, agindo muitas vezes por trás do soberano legítimo, o qual se assemelha à uma marionete, e pode muito bem ser deposto pela eminência parda caso este não o agrade. A eminência parda ainda pode utilizar qualquer tipo de influência para exercer o seu poder, seja ela militar, econômica, religiosa e/ou política.

Dizem que na história brasileira essa figura tem lugar comum, como por exemplo José Bonifácio no primeiro império, Orlando Geisel que foi Ministro no Governo Médice e alçou seu irmão Ernesto Geisel à Presidência. Na história mais recente temos José Dirceu no Governo Lula e o próprio Lula no Governo Dilma, que no momento mais crítico, quase no crepúsculo do seu governo “A Presidenta” quis nomea-lo Superministro.

Temos também em nossa história uma Eminência Parda não personificada: o PMDB, partido brasileiro que teve papel importante na redemocratização do país, e está presente no poder desde a primeira eleição pós regime militar. Sempre esteve presente no cenário governista ocupando posições de Vice-Presidência e principais ministérios, foram 66 ministros do primeiro escalão, sem contar a ascensão à própria Presidência da República com Sarney, Itamar (mesmo que na posse não estivesse filiado ao PMDB, tinha sido do partido anos antes e voltou em 1998 ) e Temer.

Os Presidentes que se opuseram ao PMDB tiveram graves dificuldades para governar e até sofreram processos de impedimento, e a mesma coisa com políticos filiados que descordaram de suas lideranças.

Tantos anos no poder permitiu que o partido fosse um dos principais atores, senão o mais consistente no “aparelhamento” do Estado Brasileiro e como consequência um efeito desastroso na “máquina governamental” e suas empresas estatais. Como exemplo temos a quantidade de “caciques” do partido sendo indiciados em inúmeras investigações.

Muito disto é motivado pela falta da alternância política e uma clara lacuna no cenário político atual. Necessitamos de uma reforma política urgente  e uma renovação dos nossos representantes.

Não podemos nos conformar com “essas coisas Brazilis”!

Um abraço!

Século 21 Medieval e o Mundo com fome de humanidade e alimentos !!!!

Um escritor francês, especialista em idade média, escreveu próximo da virada do milênio um livro muito interessante chamado ” Ano 1000, Ano 2000 na pista dos nossos medos” … estou falando de Georges Duby (1919-1996), historiador francês medievalista. Essa obra faz um comparativo da população que vivia na Europa Medieval do ano 1000, seus medos e questionamentos e compara com a população do ano 2000. O que impressiona é que tais medos e questionamentos são muito próximos aos atuais o que nos leva a pensar que apesar da evolução tecnológica  evoluímos muito pouco como seres humanos no decorrer destes últimos 1000 e poucos anos.

Por volta do ano 1000 imperavam alguns medos: Do Outro, Da Epidemia, Da Violência e do Além, os quais eram pilares para construção das estruturas sociais, religiosas e políticas.

O que vemos na atualidade são guerras, atentados – Turquia, Alemanha, Suíça, França, recentemente Inglaterra – e o surgimento de partidos e políticos Nacionalistas que demonstram  um claro desdém pelo igualitarismo com apoio a uma forte ou completa estratificação social, talvez balizados de certa forma, pelos Medos Medievais mencionados anteriormente e tão presentes na atualidade.

Estes partidos e políticos Nacionalistas se espalham pelo mundo todo, temos nos EUA Donald Trump, Na França Marine Le Pen, na Alemanha Martin Schulz, e até no Brasil Jair Bolsonaro entre outros em diferentes países. Aqui no Brasil temos que ficar vigilantes com essa tendência.

Enquanto isto o mundo segue com desafios futuros, como por exemplo, a produção e distribuição de alimentos que segundo a ONU, necessitamos ampliar a produção mundial em 60% até o ano 2050, sendo que a distribuição talvez seja o maior desafio.

Atualmente vemos muitos países com inclinações Neonacionalistas e concomitantemente com tendência à xenofobia, direcionando as sociedades ao isolamento, o que de certa forma seria um caminho contrário à busca de processos sinérgicos e colaborativos para obtenção da eficiência na produção e distribuição de alimentos, ou mesmo tecnologias catalisadoras para este processo.

Precisamos refletir que “no final do dia” somos neste planeta uma mesma espécie, podemos ter diferenciações culturais e religiosas, porém somos feitos “do mesmo material” o que nos classifica em uma mesma tribo: “seres humanos”.

Apesar de todos os problemas enfrentados pelo Brasil e do evidente atraso em muitas áreas, temos um exemplo positivo à ser seguido pelo mundo, somos um país de várias culturas e povos, convivendo em “um sincretismo” quase que perfeito.

Somando o melhor de cada um dos países poderemos formar uma aldeia global capaz de perenizar nossa espécie neste Orbe tão sofrido.

Pode parecer utopia porém precisamos começar por algum lugar, mesmo que seja em um texto singelo como este.

Os Gurus da Era Digital e a Mortalidade de César

  • image

Em quase um ano de mau traçadas linhas, chego a um balanço sobre o desafio de escrever , o que para mim tem sido um exercício intelectual e cultural ao me obrigar voltar a me preocupar com a língua portuguesa ( mesmo ainda cometendo tantos erros) , pesquisar determinados assuntos para ratificar ou retificar pensamentos e me manter atualizado com leituras de jornais e revistas não só da Terra Brasilis como de outras regiões para poder ter um contra-ponto de determinadas opiniões.

Dividir pensamentos tem se tornado algo muito comum e fácil na era Digital, com surgimento de vários “Gurus” no campo da Religião, Moda, Gastronômia, Futebol, Econômia, Política (principalmente) entre outros.
O interessante é um fenômeno muito comum que tenho observado e que tem ocorrido com a maioria destes “Gurus” , principalmente quando vêm a fama ou a notoriedade se assim vocês preferirem, estes começam a se achar “Donos da Verdade” e muitas vezes começam a se perderem em seus discursos, muitas vezes cansativos , quando não muito vazios e com ares de prepotência.
Em um dos textos que escrevi este ano relembrei uma cena que gosto muito  do filme “O advogado do Diabo (Devil’ls Advocate, EUA, 1997), onde Al Pacino interpreta o próprio “Tinhoso” e ressalta que a Vaidade entre os seres humanos era o seu pecado favorito. Seria uma das explicações para talvez estes desvios de personalidade e comportamentos também nestes ” Gurus “? ( no texto anterior havia escrito sobre os Políticos Que foram estudantes idealistas e perderam seus rumos….).
É importante sermos dialéticos e críticos, e sabermos o momento correto de colocar alguns destes “Gurus” no freezer ou mesmo descarta-los para assim darmos espaço ao surgimento a novos pensadores.
Analogamente é o que temos que exercitar na alternância de poder , não permitindo o mesmo Partido Político muitos anos governando a mesma localidade, e isso se aplica para as esferas municipais, estaduais e federais.
Há um tempo atrás tive contato com um texto do Mário Sérgio Cortella, professor e filósofo, que trazia um fato (talvez) histórico, o qual reproduzo abaixo em parte:

“Na época do Império Romano os generais ao voltarem das batalhas eram recebidos em Roma para serem homenageados… pela população…

…O general romano entrava na cidade sozinho numa biga…

…Junto ao general, na biga, iam dois escravos, o primeiro para conduzir a biga, e o segundo ficava ao lado do general agachado. A função do segundo escravo era extremamente interessante e nos faz refletir sobre a sabedoria dos povos da antiguidade…

Um general voltando vitorioso de várias batalhas, sendo aclamado pelo povo e sentindo-se invencível poderia ser uma ameaça a democracia romana…para evitar isso a função do escravo era uma só… A cada 500 metros do percurso, o escravo levantava-se, aproximava-se do ouvido do general e dizia :

– “Lembra-te que és mortal!”

Mais 500 metros, e novamente:

– “Lembra-te que és mortal!

Talvez este ensinamento seja o caminho para inibir a Vaidade , que tanto nos cega e desvia nossas mentes e ações ….

“Vamos lembrar a cada 500 metros que somos mortais!”

Brindando estamos mais perto de DEUS ?

Texto Setembro_saúde.png

Eis que me encontrei certo dia refletindo sobre um dos Grandes benefícios da Igreja Católica para a humanidade, que através de seus ilustres colaboradores, dentre outras realizações, desenvolveram e ou preservaram grandes tesouros para a humanidade, como por exemplo,  os “tesouros etílicos” como o vinho, o champanhe, o whisky e a cerveja, pelo menos na minha opinião.

Desde a Cerveja produzida, durante a idade média,  nos  mosteiros (locais onde este produto era não só tecnicamente melhorado, como também produzido e vendido ) em  quase toda a Europa,onde a produção e consumo  tiveram um grande impulso, ao Champanhe melhorado nos mosteiros franceses, tendo o seu auge nas mãos de Dom Pérignon entre os séculos 16 e 17.  Alguns atribuem ao mestre da adega da abadia de Hautvillers, Dom Pérignon, a frase “…Quando contemplo as borbulhas do champanhe vislumbro as estrelas do firmamento….” não é um fato confirmado, nem sabemos quantas garrafas já haviam sido degustadas pelo bom mestre há estas alturas, porém não podemos negar o bom gosto.
O vinho em geral é um capitulo à parte pois uma das grandes curiosidades é que devido à missa, à Eucaristia e ao Sacramento da Comunhão não pode haver missa sem vinho, por isso as parreiras e a produção vinícola foram expandidas e preservadas ao longo da história acompanhando a expansão da Igreja Católica.
O Whisky é uma das minhas histórias preferidas (uma das degustações também ) – origina-se de “uisge”, que é uma forma abreviada de uisge beatha, palavra do gaélico para “água da vida”..bem poético, vou parar de escrever uns instantes e brindar a isto com um puro malte….. Dentre os irlandeses tem como expoente St. Patrick ou ( São  Patrício ) – missionário que evangelizou  a Irlanda –  dizem  produzia uma bebida similar ao whisky em seu tempo.  A produção de whisky na Escócia provém de várias tradições que foram introduzidas por São Patrício da Irlanda no século IV DC, e a destilação era feita por indígenas nas terras altas, segundo relatos muito vagos.
O interessante que encontramos em diferentes culturas o desenvolvimento de bebidas alcoólicas para cerimônias religiosas, além das mencionadas anteriormente temos o Saquê no Japão e China, o Cauim ( indígena – América. do Sul ), a Vodka na Rússia e Polônia entre outros,  que acabaram se desenvolvendo e se popularizaram ao longo do tempo.
Talvez alguns Membros Dos AAA estejam de cabelos em pé, porém não tremam, ops, ou melhor, não temam, temos que lembrar: ” …nada é veneno tudo é veneno dependendo da quantidade…..” .
Temos que admitir que nada como um bom bate-papo junto aos familiares e amigos regado a um bom vinho, cerveja, whisky ou algo de sua preferência ( desde que moderado),  e com a anuência, e se me permitem a “benção”  de tantos “iluminados religiosos” só nos resta brindar: Saúde!!!!

O Tempo das Coisas

 

 

IMG_0226

Recentemente comecei a trabalhar em uma empresa na qual nos últimos 20 anos surgiram outras oportunidades para já ter trabalhado anteriormente e, por diferentes motivos resolvi optar por outros caminhos.

Ao longo deste período, ambos passamos por diversas mudanças e evoluções. Todavia, o mais interessante foi a sensação do primeiro dia de trabalho parecia que estava retornando das férias, pois para mim ali parecia um local totalmente familiar e me sentia totalmente preparado para aquele momento.

Este episódio me fez refletir sobre “O Tempo das Coisas” ….. em nossa vida, em nossa sociedade, em nosso planeta…

Ainda estou há pouco tempo na empresa, mas será que anteriormente estaria  preparado, ou pelo menos tão confiante ? Teria o Plano Real  dado certo na época do Plano Cruzado ou vice-versa? Haveria o movimento Vem Para Rua, Brasil Livre , Revoltados OnLine entre outros  movimentos se não houvesse os Caras Pintadas anos antes?  (mesmo com todos os seus questionamentos históricos)?

Estes movimentos teriam alcançando tamanha amplitude sem o advento da Internet ?

Adotando uma linha de que tudo tem seu momento certo, podemos cair em uma perigosa armadilha de interpretação (injusta)  de desídia, tão comuns nos países  localizados abaixo do equador – muitas vezes atribuída pela sua formação católica e a influência desta na cultura e política, como podemos notar em:

Eclesiastes 3

“1 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.

Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; ……….. “

ou 

Padre Fábio Melo

“Esperar pelo tempo das coisas é um aprendizado necessário. O rio tem o seu remanso. Quando apressado ele faz desastres!  “

Adotando uma linha em que devemos construir o momento certo e não esperar por ele, nos tornando protagonistas das nossas vidas, vemos como exemplo outros países europeus ou mesmo da América do Norte mais atuantes em questões de mobilizações sociais ou buscando a manutenção dos direitos adquiridos. Podemos notar que nestes países culturalmente (socialmente) é quase que obrigação do homem (um dever sagrado) buscar prosperar e não esperar,  como podemos notar em:

Max Weber ( Alemão / Sociólogo e Economista)

“O homem não teria alcançado o possível se, repetidas vezes, não tivesse tentado o impossível”

ou

Paul Erdos (Judeu-Hungáro / Matemático)

“Não é suficiente estar no lugar certo  na hora certa. Você também precisa ter a mente aberta no tempo certo”

Hoje, vejo o Brasil buscando uma transição entre estas duas linhas. Decerto estamos caminhando mais para a segunda, se comparados aos Caras Pintadas, porém temos um longo caminho pela frente.

Tivemos uma vitória recente com aprovação do Processo de Impeachment, no Congresso Nacional, sem dúvida também motivado pela pressão e mobilização das ruas. Isto já é uma grande mudança para o Brasil, porém vale lembrar que ainda não é o Impeachment propriamente dito. Diferente do episódio Collor, onde o “Dito Cujo” renunciou, e neste segundo caso, a “Excelentissíma” ficará até o final, portanto vale ficarmos atentos.

Adicionalmente existem os “outros” a serem observados: Renan, Cunha, Lula & Família , as operações Lava-Jato, as possíveis suspeitas sobre contas do BNDES….. e assim vai….

Este recém exemplo de protagonismo com certeza não será apenas um caça ao PT e seus aliados, apesar de uma democracia jovem, arriscaria em dizer que o Brasil está começando a pegar o jeito. Ainda tem muito a aprender,  mas tem o caminho aberto para ser bem direcionado….

O cuidado que devemos ter, talvez seja buscar um equilíbrio ao lembrar que devemos ser protagonistas do nosso momento,  porém não podemos deixar de lutar por uma sociedade mais justa que propicie moradia, saúde, segurança, educação, lazer e dignidade como pilares básicos sem radicalismos e dogmas.

Por isso acho que com relação ao “Tempo das Coisas” fico com Fernando Pessoa : “O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”.

Um abraço !

Fim de mais uma Jornada…Novos Desafios Virão…(2 de Abril de 2016…uma despedida sincera…)

 

image

Estive pensando a respeito de uma das palavras que utilizamos em um dos planejamentos estratégicos da Boa Vista SCPC, há cinco anos: “Jornada”…. e fui buscar em um dos dicionários do Google:

Substantivo feminino

1. trajeto que se percorre num dia.
2. caminhada, andada; viagem (esp. por terra).
3. salário relativo ao trabalho de um dia.
4. expedição militar; batalha.
5. dia assinalado por algum acontecimento ou circunstância notável.
6. 6. fig. esforço para superar obstáculos ou dificuldades.

“a campanha pelas eleições diretas foi uma j. cívica inesquecível”

7. B N.E. cena cantada diante do presépio, nos pastoris.
8. teat designação que, no antigo teatro espanhol, era dada a cada ato de uma peça, e que os portugueses adotaram na divisão de comédias e autos pastoris.
Origem ⊙ ETIM provç. jornada ‘caminho que se pode percorrer em um dia’, do provç. jorn lat. diurnus,a,um ‘feito durante o dia, ao dia’

De fato a minha Jornada com a Boa Vista SCPC não foi de 1 (um) dia, mas sim de 2.161 (dois mil, cento e sessenta e um dias) , e agora no dia 1o de Abril de 2016 (ontem) chegou a sua conclusão.

Foi uma Jornada repleta de “circunstâncias notáveis” e memoráveis conforme a descrição do item 5, porém quando olho tudo o que foi vivenciado parece que se passou em um piscar de olhos, em um dia, ” pois o tempo passa quando nos divertimos….”…. Daí a palavra jornada talvez esteja bem apropriada para o contexto.

Levarei na minha bagagem, que com certeza está mais cheia do que quando cheguei, um grande aprendizado, o meu respeito e gratidão por todos os profissionais com quem convivi nestes últimos anos.

Aos amigos e colegas da Boa Vista SCPC meu muito Obrigado ! E Sucesso ! Um forte Abraço !

Libertas , in regeneratione , fructiferam – Feliz Páscoa !!!!

image

Fui buscar em um destes dicionários on-line o significado da palavra “sincretismo” e o que achei foi:
substantivo masculino
1.
rel fusão de diferentes cultos ou doutrinas religiosas, com reinterpretação de seus elementos.
2.
fil síntese, razoavelmente equilibrada, de elementos díspares, originários de diferentes visões do mundo ou de doutrinas filosóficas distintas.
“o s. da escola filosófica de Alexandria”

Estamos na Semana Santa, uma das principais comemorações do calendário cristão e com ela a Páscoa, onde conseguimos reunir pelos menos três importantes significados no “sincretismo” Judaíco-Cristão: 1. A Passagem – a saída do Povo Judeu do Egito, o início do caminho da liberdade na busca da terra prometida e mesmo com todas as dificuldades que viriam pela frente a construção de uma grande nação ! 2. A Expiação e o Renascimento: a principal base dos dogmas católicos, estão aqui alicerçados, discussões religiosas à parte, bases de fé,esperança, e motivadores de trabalho que na medida certa podem fazer a diferença como podemos comparar nas Américas ( Norte X Latina ). 3. Festa Pagã da fertilidade: representação diversas , à vezes com deusas segurando ovos, outras utilizando animais como coelhos , entre outros…buscando junto aos deuses garantir  prosperidade nas lavouras, normalmente celebrada na transição para a Primavera na Europa….
Esta Páscoa 2016, é muito especial para o Brasil pois mais do que nunca necessitamos que estes elementos estejam Juntos & Misturados, se me permitem o trocadilho.
Necessitamos de Liberdade: nos libertar definitivamente deste  esquema pernicioso  neobolivariano-lulopetista de eternização no poder.
Necessitamos de Renascimento: precisamos reconstruir o Brasil, dar início a um plano que coloque novamente o país nos eixos para que pelo menos os filhos dos nossos filhos possam colher algum fruto disto, e
Necessitamos de uma nova “Primavera”: reacender e direcionar de forma correta a energia necessária para tornar o país fértil e produtivo como está destinado a ser!
O Brasil tem potencial para ser Celeiro para o Mundo ! Uma grande NAÇÃO !
Uma Feliz Páscoa ! Muita Paz! Muita Força e Esperança a todos !

 

Malandros Honestos, Heróis sem Honra… Que Carnaval !!!

carnaval 5

Roberto Da Mata que nos perdoe, dos Carnavais, Malandros e Heróis no Brasil Contemporâneo….Socorro! Onde estão os heróis ?

Das esferas municipais às federais a corrupção está “rolando” à solta  em esquemas de merendas escolares, saúde pública, problemas com Zica vírus, operações  da Polícia Federal Lava Jato, Zelotes, entre outras – tudo isso me faz pensar que a música “Que País É Este” da Legião Urbana de 1979, é um ” hit” recém extraído de um programa de novos talentos  de tão contemporânea….

O outro lado da moeda seria, estamos muito estagnados que nada mudou nos últimos quase quarenta anos.
E toda aquela juventude que lutou pela redemocratização do país e de certa forma teve a oportunidade de pôr em prática suas pregações e ideais estudantis, o que aconteceu “com sua profissão de fé” ? Foi seduzida pelo poder ? Na última cena do filme “O advogado do Diabo (Devil’ls Advocate, EUA, 1997)” a frase do personagem interpretado pelo Al Pacino, que é o próprio “Tinhoso” , ressaltava que a vaidade era o seu pecado favorito. Seria uma uma das explicações para tantos insucessos ?
Agora o cerco das investigações da Polícia Federal se fecha em torno, de um dos últimos destes ícones desta época da redemocratização, e com um potencial para ser uma das maiores decepções desta geração (mesmo que para muitos isto já era o esperado – quando nos aprofundamos em sua biografia) .  Justamente um dos que chegaram ao cargo máximo da nação-  A Presidência da República.
Que haja um breve desfecho e a justiça prevaleça , pois desta forma talvez venhamos a encerrar este ciclo nefasto que  o país vivência e ocorra um rompimento com essa geração de políticos que tanto mau fez para a sociedade.
Talvez esse seja o rito de passagem necessário para o início de uma renovação política,  pois necessitamos de uma nova geração que lembre que política não é sinônimo de negociata, toma lá/dá cá e sim de trabalhar e prol da sociedade ( da polis ).
Atualmente alguns líderes comunitários, ONGs, artistas da comunidade, com esforços hercúleos  conseguem alguns benefício para o núcleo a que pertencem, muito mais do que o político que ali se elegeu. Talvez aí  estejam os nossos Heróis contemporâneos, em sua laboriosa e silenciosa atividade.
E como estamos cansados de Malandros Mau Caráter ( Jurando Honestidade ) encerro relembrando um bom malandro pernambucano dos morros cariocas, tão Malandro quanto Herói ao retratar as mazelas da comunidade e impressionantemente tão contemporâneo – Bezerra Da Silva – 
“…Dizem que sou malandro, cantor de bandido e até revoltado 
Porque canto a realidade de um povo faminto e marginalizado”.
Pois é minha gente ! ” Se gritar pega ladrão ! Não fica um, meu irmão ….”