No próximo dia 25 de Janeiro São Paulo fará 462 anos, sendo a maior cidade da América Latina, que segundo Roberto Pompeu de Toledo (no seu livro A Capital da Solidão), gera perturbação e ao mesmo tempo atração, uma cidade de estranhezas e um caso de sedução para muitos, ao citar a música “Sampa” de Caetano Veloso. O berço da Paulistânia mencionado muitas vezes por Darcy Ribeiro(1922-1997), antropólogo brasileiro; cidade dos bandeirantes que empurraram a linha imaginária do tratado de Tordesilhas mais a Oeste, desbravando os sertões brasileiros e criando uma expansão territorial para o que conhecemos hoje como as atuais fronteiras brasileiras. Arriscaria a dizer que se não fossem os orgulhosos bandeirantes paulistas, o Brasil seria um “Chile mais a Leste”. Se isto seria bom ou não, fica para outra discussão.
As andanças bandeirantes criaram uma rica cultura caipira, seja na música, na comida ou no artesanato e podemos encontrar traços comuns desta cultura nos estados da região Sudeste e Centro-Oeste, localidades estas, que pertenciam à chamada Paulistânia. Um traço a se destacar é o “r” aspirado no falar, que encontramos no interior de São Paulo, no norte do Paraná, no Sul de Minas, pois o mesmo “r” aspirado é muito comum na periferia da cidade de São Paulo, o qual juntamente com a pronúncia “cantada” adquirida do imigrante italiano, formaram o sotaque característico do paulistano, tão ironizado Brasil à fora.
E por falar em características, alguns dizem que São Paulo não possui um prato típico, uma cultura própria, por conta de ter tantos imigrantes e migrantes em seus mais de 11 milhões de habitantes.
Diria justamente ao contrário esta grande metrópole possui traços únicos, como por exemplo, na culinária: i. do caipira bandeirante – o milho, a mandioca, o leitão à pururuca, o frango de leite, a galinhada, ii. do imigrante/migrante: o pastel de feira, a pizza, as massas, a esfiha, o picadinho, o filé Osvaldo Aranha, o pão francês (a padaria) iii. Do ser cosmopolita: o D.O.M., Fasano, La Tambouille, Jun Sakamoto, Tantra, La Mar, o hotel Unique/Restaurante Sky, entre outros ; no lazer: i. os parques: Ibirapuera – Carmo – Vila Lobos, Represa de Guarapiranga, entre outros ii. clubes: Sescs, CEI, Paulista, Clube Sírio, Hebraica, entre outros na cultura: teatros, museus, cinemas, virada cultural, entre outros na moda : os shopping centers, a Rua Oscar Freire , São Paulo Fashion Week, entre outros.
São Paulo de Piratininga, destinou a ser grande pois venceu “ A Muralha” (livro de Dinah Silveira de Queiroz) -Serra do Mar , e plantou-se no planalto, e após três séculos de amadurecimento encontrou os caminhos para a construção do que viria ser o que é a cidade de hoje. Com o orgulho, força e persistência bandeirante criou-se no planalto paulista como uma cidade para todos os povos, reflexo do potencial do que o Brasil pode ser para o mundo.
Com este DNA Bandeirante São Paulo chega aos seus 462 anos, com uma série de problemas a serem solucionados, agravados pela má administração que se tornou marca registrada do partido que governa atualmente a cidade, e mesmo com estas cicatrizes e hematomas que vemos na cidade, existe muito deste DNA Bandeirante – sua força, orgulho, persistência, empreendedorismo – para nos inspirar nas mudanças necessárias para tornarmos esta cidade melhor, atuando no campo das nossas ações pessoais, escolhas políticas ou junto à sociedade.
Um Feliz 462 anos São Paulo de Piratininga.
Vamos Comemorar!
“…Vai ficar legal pagode na COHAB no maior astral….” Na Vila Joaniza………
No Itaquerão
No Parque do Carmo
No Juventus
No Frangó ……
Na Vila Madalena
No Bexiga…………..
Na Cantareira…..
No Centro de Tradições Nordestinas
Em Interlagos
No Parque da Aclimação
Em Pirituba
No Ibirapuera……
Na Paulista………………
No Bar Brahma (Na São João com a Ipiranga)……)
E tantos outros lugares desta cidade bandeirante………………..